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Asma infantil: o que é, como controlar e como evitar as crises

Muita informação sobre a asma infantil, as melhores formas de tratamento e prevenção de crises

Asma infantil

A asma infantil é uma doença respiratória crônica que afeta cerca de 10% das crianças no Brasil. Ela se caracteriza pela inflamação e pelo estreitamento das vias aéreas, que dificultam a passagem do ar e causam crises de falta de ar, tosse, chiado e aperto no peito. A asma infantil pode afetar a qualidade de vida das crianças, prejudicando o sono, a alimentação, o crescimento, o rendimento escolar e a prática de atividades físicas.

O que causa a asma infantil

A causa exata da asma infantil ainda não é totalmente conhecida, mas sabe-se que envolve fatores genéticos e ambientais. A asma infantil é uma doença alérgica, ou seja, ocorre quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a substâncias que normalmente não são nocivas, chamadas de alérgenos. Esses alérgenos podem ser inalados, ingeridos ou entrarem em contato com a pele, desencadeando uma resposta inflamatória nas vias aéreas.

Alguns dos alérgenos mais comuns que podem provocar crises de asma infantil são:

  • Ácaros e poeira doméstica
  • Pólen de plantas
  • Fumaça de cigarro
  • Poluição do ar
  • Pelos de animais
  • Mofo e fungos
  • Alimentos, como leite, ovos, soja, trigo, peixes e frutos do mar
  • Medicamentos, como aspirina, anti-inflamatórios e antibióticos
  • Infecções virais, como resfriado, gripe e bronquiolite.

Além dos alérgenos, existem outros fatores que podem desencadear ou agravar as crises de asma infantil, como:

  • Mudanças bruscas de temperatura e umidade do ar
  • Exercício físico intenso ou inadequado
  • Estresse emocional
  • Refluxo gastroesofágico
  • Obesidade
  • Prematuridade
  • Histórico familiar de asma ou alergia.

Quais são os sintomas da asma infantil

Os sintomas da asma infantil podem variar de intensidade e frequência, dependendo da gravidade da doença e da exposição aos fatores desencadeantes. Os principais sintomas da asma infantil são:

  • Falta de ar ou dificuldade para respirar
  • Tosse seca ou com catarro, que piora à noite ou após o exercício físico
  • Chiado ou assobio no peito ao respirar
  • Aperto ou dor no peito
  • Cansaço ou fraqueza
  • Respiração rápida ou ofegante
  • Lábios ou unhas arroxeados
  • Dificuldade para falar ou se alimentar.

As crises de asma infantil podem ser leves, moderadas ou graves, dependendo da intensidade dos sintomas e da necessidade de uso de medicamentos. As crises leves costumam durar poucos minutos e podem ser controladas com o uso de broncodilatadores inalatórios, que aliviam o estreitamento das vias aéreas.

As crises moderadas costumam durar algumas horas e podem exigir o uso de corticoides orais ou injetáveis, que reduzem a inflamação das vias aéreas. As crises graves costumam durar mais de 24 horas e podem colocar a vida da criança em risco, exigindo atendimento médico de emergência e internação hospitalar.

Como é feito o diagnóstico da asma infantil

O diagnóstico da asma infantil é feito por um médico, geralmente um pediatra ou um alergista, a partir da avaliação dos sintomas, do histórico clínico e familiar e de exames complementares. O médico irá perguntar sobre a frequência, a duração, a intensidade e os fatores desencadeantes das crises de asma, bem como sobre o uso de medicamentos e a presença de outras doenças alérgicas, como rinite, sinusite, dermatite ou conjuntivite. O médico também irá examinar a criança, verificando a sua respiração, a sua oxigenação, o seu peso, a sua altura e o seu estado geral de saúde.

Além da avaliação clínica, o médico pode solicitar alguns exames para confirmar o diagnóstico de asma infantil e avaliar a sua gravidade, como:

Teste de função pulmonar: é um exame que mede a capacidade respiratória da criança, usando um aparelho chamado espirômetro. O teste consiste em soprar o ar com força dentro de um tubo, que registra o volume e a velocidade do ar expirado. O teste pode ser feito antes e depois do uso de um broncodilatador, para verificar se há melhora da função pulmonar. O teste de função pulmonar é indicado para crianças maiores de 6 anos, que conseguem cooperar com o exame.

Teste de broncoprovocação: é um exame que consiste em inalar uma substância que provoca o estreitamento das vias aéreas, como a metacolina ou o histamínico, e medir a resposta da função pulmonar. O teste de broncoprovocação é indicado para crianças que apresentam sintomas de asma, mas têm o teste de função pulmonar normal, ou para crianças que não conseguem realizar o teste de função pulmonar adequadamente.

Teste alérgico: é um exame que consiste em aplicar na pele da criança pequenas quantidades de alérgenos, como ácaros, pólen, pelos de animais, alimentos, entre outros, e observar se há reação alérgica, como vermelhidão, coceira ou inchaço. O teste alérgico é indicado para identificar os fatores desencadeantes das crises de asma e orientar a prevenção e o tratamento.

Exames de sangue: são exames que medem os níveis de anticorpos relacionados à alergia, como a imunoglobulina E (IgE), e de células inflamatórias, como os eosinófilos. Os exames de sangue podem auxiliar no diagnóstico de asma alérgica e na avaliação da sua gravidade.

Exames de imagem: são exames que permitem visualizar as estruturas do tórax, como os pulmões, os brônquios e o coração, usando raios X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Os exames de imagem podem descartar outras causas de sintomas respiratórios, como pneumonia, tuberculose, malformações congênitas ou tumores.

Como é feito o tratamento da asma infantil

Tratamento da asma infantil

O tratamento da asma infantil tem como objetivos controlar os sintomas, prevenir as crises, melhorar a função pulmonar, reduzir a inflamação das vias aéreas, evitar as complicações e melhorar a qualidade de vida da criança. O tratamento da asma infantil envolve o uso de medicamentos, a educação em saúde, a orientação familiar, a prevenção dos fatores desencadeantes e o acompanhamento médico regular.

O tratamento medicamentoso da asma infantil pode ser dividido em dois tipos: o tratamento de manutenção e o tratamento de resgate. O tratamento de manutenção é aquele que deve ser usado diariamente, mesmo quando a criança não apresenta sintomas, para prevenir as crises e controlar a inflamação das vias aéreas. O tratamento de resgate é aquele que deve ser usado somente quando a criança apresenta sintomas, para aliviar o estreitamento das vias aéreas e facilitar a respiração.

Os principais medicamentos usados no tratamento da asma infantil são:

Corticoides inalatórios

São medicamentos que reduzem a inflamação e a hiperreatividade das vias aéreas, prevenindo as crises de asma. Os corticoides inalatórios devem ser usados diariamente, conforme a prescrição médica, e são considerados os medicamentos mais eficazes para o tratamento de manutenção da asma infantil. Alguns exemplos são a budesonida, a fluticasona, a beclometasona e a ciclesonida.

Broncodilatadores

São medicamentos que relaxam os músculos das vias aéreas, facilitando a passagem do ar e aliviando os sintomas de falta de ar, tosse e chiado. Os broncodilatadores podem ser de curta ou longa duração, dependendo do tempo de ação. Os broncodilatadores de curta duração, como o salbutamol e o fenoterol, devem ser usados somente quando a criança apresenta sintomas, para o tratamento de resgate. Os broncodilatadores de longa duração, como o formoterol e o salmeterol, devem ser usados diariamente, em associação com os corticoides inalatórios, para o tratamento de manutenção da asma persistente.

Antileucotrienos

São medicamentos que bloqueiam a ação de substâncias inflamatórias chamadas leucotrienos, que contribuem para o estreitamento e a irritação das vias aéreas. Os antileucotrienos podem ser usados diariamente, em associação com os corticoides inalatórios, para o tratamento de manutenção da asma persistente. Alguns exemplos são o montelucaste, o zafirlucaste e o pranlucaste.

Antialérgicos

São medicamentos que bloqueiam a ação da histamina, uma substância liberada pelo sistema imunológico em resposta aos alérgenos, que causa coceira, vermelhidão, inchaço e secreção nas mucosas. Os antialérgicos podem ser usados para aliviar os sintomas de rinite, conjuntivite, dermatite ou urticária, que podem estar associados à asma alérgica. Alguns exemplos são a loratadina, a cetirizina, a fexofenadina e a desloratadina.

Imunoterapia

É um tratamento que consiste na exposição gradual e controlada aos alérgenos que provocam as crises de asma, com o objetivo de dessensibilizar o sistema imunológico e reduzir a inflamação das vias aéreas. A imunoterapia pode ser feita por via subcutânea, com injeções periódicas, ou por via sublingual, com comprimidos ou gotas diárias. A imunoterapia pode ser indicada para crianças com asma alérgica grave, que não respondem adequadamente aos medicamentos, e que têm alergia comprovada a ácaros, pólen, pelos de animais ou fungos.

Como prevenir a asma infantil

A prevenção dos fatores desencadeantes é outra medida importante para o tratamento da asma infantil, pois visa reduzir a exposição da criança aos alérgenos e aos irritantes que podem provocar ou agravar as crises de asma. Algumas das medidas preventivas são:

  • Manter a casa limpa e arejada, evitando o acúmulo de poeira, ácaros, mofo e pelos de animais
  • Usar capas antialérgicas nos colchões, travesseiros e sofás, e lavar as roupas de cama semanalmente com água quente
  • Evitar o uso de tapetes, cortinas, bichos de pelúcia e objetos que acumulem poeira
  • Evitar o contato com fumaça de cigarro, fogão, lareira ou incenso
  • Evitar o uso de produtos de limpeza, perfumes, desodorantes ou inseticidas que contenham substâncias químicas irritantes
  • Evitar o contato com plantas, flores ou gramíneas que possam causar alergia
  • Evitar o consumo de alimentos ou medicamentos que possam causar alergia
  • Evitar as mudanças bruscas de temperatura e umidade do ar, e usar umidificador ou soro fisiológico para hidratar as vias aéreas
  • Evitar o contato com pessoas doentes, especialmente com infecções respiratórias
  • Praticar atividade física regularmente, sob orientação médica, para fortalecer os músculos respiratórios e melhorar a capacidade pulmonar.

O acompanhamento médico regular é essencial para o tratamento da asma infantil, pois visa monitorar a evolução da doença, ajustar a medicação, avaliar a adesão ao tratamento, prevenir as complicações e orientar a criança e a família.

Ele deve ser feito pelo pediatra ou pelo alergista, que irá definir a frequência das consultas de acordo com a gravidade da asma e o controle das crises. O médico também irá solicitar exames periódicos para avaliar a função pulmonar, a inflamação das vias aéreas, a presença de alergias e o risco de doenças associadas.

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