Fundamentos da Saúde

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Ginecomastia: o aumento das mamas nos homens

Saiba o que é a ginecomastia, conheça as suas causas, como identificar e como tratar o aumento das mamas nos homens.

Ginecomastia

A ginecomastia é uma condição que afeta os homens e se caracteriza pelo aumento anormal das mamas, devido ao crescimento do tecido glandular mamário. A ginecomastia pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na puberdade, quando há um desequilíbrio hormonal entre a testosterona e o estrogênio. Ela pode causar desconforto físico e emocional, afetando a autoestima e a qualidade de vida dos homens.

Causas da ginecomastia

A ginecomastia pode ter diversas causas, que podem ser divididas em fisiológicas, patológicas ou medicamentosas.

Causas fisiológicas da ginecomastia

As causas fisiológicas são aquelas relacionadas às fases da vida em que há mudanças hormonais naturais, como:

Na infância: alguns recém-nascidos podem apresentar ginecomastia devido à influência dos hormônios maternos no leite. Essa condição costuma regredir espontaneamente após o desmame.

Na adolescência: cerca de 60% dos meninos entre 10 e 14 anos podem desenvolver ginecomastia devido às alterações hormonais da puberdade. Essa condição costuma regredir em até dois anos, sem necessidade de tratamento.

Na terceira idade: cerca de 30% dos homens acima de 50 anos podem apresentar ginecomastia devido à diminuição da produção de testosterona e ao aumento da conversão de andrógenos em estrogênios. Essa condição pode persistir ou progredir, dependendo de outros fatores.

Causas patológicas da ginecomastia

As causas patológicas são aquelas relacionadas a doenças que afetam o funcionamento dos órgãos responsáveis pela produção ou metabolização dos hormônios sexuais, como:

Hipogonadismo: é a diminuição da função dos testículos, que pode ser causada por defeitos congênitos, traumas, infecções, tumores, radiação ou quimioterapia. O hipogonadismo reduz a produção de testosterona e aumenta a produção de estrogênio, favorecendo a ginecomastia.

Hipertireoidismo: é o aumento da produção de hormônios pela tireoide, que pode causar um aumento da conversão de andrógenos em estrogênios, favorecendo a ginecomastia.

Insuficiência renal: é a perda da capacidade dos rins de filtrar o sangue e eliminar as toxinas do organismo. A insuficiência renal pode causar um desequilíbrio eletrolítico, uma diminuição da produção de testosterona e um aumento da produção de estrogênio, favorecendo a ginecomastia.

Cirrose hepática: é a destruição progressiva do fígado, que pode ser causada por infecções, álcool, drogas ou doenças autoimunes. A cirrose hepática pode causar um aumento da produção de estrogênio e uma diminuição da metabolização dos andrógenos, favorecendo a ginecomastia.

Tumores: alguns tumores podem produzir hormônios que alteram o equilíbrio entre a testosterona e o estrogênio, favorecendo a ginecomastia. Os tumores mais comuns são os de testículo, de adrenal e de hipófise.

Causas medicamentosas da ginecomastia

As causas medicamentosas são aquelas relacionadas ao uso de certos medicamentos que podem interferir na produção ou na ação dos hormônios sexuais, como:

Antiandrógenos: são medicamentos usados para tratar o câncer de próstata, a hiperplasia benigna da próstata e a calvície. Eles bloqueiam a ação da testosterona e podem causar ginecomastia. Alguns exemplos são a finasterida, a dutasterida, a espironolactona e a flutamida.

Estrogênios: são hormônios femininos que podem ser usados para tratar o câncer de próstata, a osteoporose e a menopausa. Eles estimulam o crescimento do tecido mamário e podem causar ginecomastia. Alguns exemplos são o estradiol, a estrona e a estriol.

Antiulcerosos: são medicamentos usados para tratar a úlcera péptica, o refluxo gastroesofágico e a gastrite. Eles podem aumentar a produção de prolactina, um hormônio que estimula o crescimento do tecido mamário. Alguns exemplos são a cimetidina, a ranitidina e o omeprazol.

Antidepressivos: são medicamentos usados para tratar a depressão, a ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo. Eles podem aumentar a produção de prolactina ou diminuir a produção de testosterona, favorecendo a ginecomastia. Alguns exemplos são a fluoxetina, a paroxetina e a sertralina.

Antipsicóticos: são medicamentos usados para tratar a esquizofrenia, o transtorno bipolar e a psicose. Eles podem aumentar a produção de prolactina ou bloquear a ação da dopamina, um neurotransmissor que inibe a prolactina. Alguns exemplos são a risperidona, a olanzapina e a haloperidol.

Anabolizantes: são hormônios sintéticos derivados da testosterona, usados para aumentar a massa muscular e o desempenho físico. Eles podem causar uma retroalimentação negativa no eixo hipotálamo-hipófise-testículo, diminuindo a produção de testosterona endógena e aumentando a conversão de andrógenos em estrogênios, favorecendo a ginecomastia. Alguns exemplos são a nandrolona, a oximetolona e a metandrostenolona.

Sintomas da ginecomastia

O principal sintoma da ginecomastia é o aumento do volume das mamas, que pode ser unilateral ou bilateral, simétrico ou assimétrico, e que pode ser acompanhado de dor, sensibilidade ou secreção pelo mamilo. O aumento das mamas pode ser percebido como um nódulo firme e móvel, localizado atrás do mamilo, ou como uma massa difusa, que se estende por toda a região peitoral.

Além do sintoma físico, ela pode causar um impacto psicológico nos homens, que podem se sentir envergonhados, constrangidos ou inseguros com a sua aparência. A ginecomastia pode afetar a autoestima, a autoconfiança, a sexualidade e a qualidade de vida dos homens, podendo levar a quadros de depressão, ansiedade, isolamento social ou fobia escolar.

Diagnóstico da ginecomastia

Causas da ginecomastia

O diagnóstico da ginecomastia é feito pelo médico, geralmente um endocrinologista ou um mastologista, a partir da avaliação clínica e da história do paciente. O médico irá examinar as mamas, palpar os nódulos, verificar a presença de dor, sensibilidade ou secreção, e avaliar a simetria, a consistência e a extensão do tecido mamário. O médico também irá investigar possíveis causas da ginecomastia, como o uso de medicamentos, doenças associadas, hábitos de vida e histórico familiar.

Além do exame clínico, o médico pode solicitar alguns exames complementares, como:

Exames de sangue: para avaliar os níveis de hormônios, como testosterona, estrogênio, prolactina, tireoide e gonadotrofinas, e de marcadores tumorais, como alfafetoproteína.

Exames de imagem: para avaliar a estrutura e a composição do tecido mamário, e descartar a possibilidade de câncer ou outras doenças. Os exames mais usados são a ultrassonografia, a mamografia e a ressonância magnética.

Biópsia: para coletar uma amostra do tecido mamário e analisá-lo em laboratório, a fim de confirmar o diagnóstico de ginecomastia e excluir a presença de células malignas. A biópsia pode ser feita por agulha fina, agulha grossa ou cirurgia.

Tratamento da ginecomastia

O tratamento da ginecomastia depende da causa, da gravidade e do impacto psicossocial da condição. Em muitos casos, ela regride espontaneamente, sem necessidade de intervenção. No entanto, quando a ginecomastia persiste por mais de um ano, causa dor, desconforto ou constrangimento, ou está associada a alguma doença, pode ser indicado um tratamento específico, que pode ser:

Tratamento clínico: consiste no uso de medicamentos que visam corrigir o desequilíbrio hormonal, reduzir o tamanho das mamas ou aliviar os sintomas. Alguns exemplos são o tamoxifeno, o raloxifeno, a testosterona, o danazol e o anastrozol. O tratamento clínico também envolve a suspensão ou a substituição dos medicamentos que podem causar ginecomastia, sob orientação médica.

Tratamento cirúrgico: consiste na remoção do excesso de tecido mamário, por meio de técnicas como a lipoaspiração, a mastectomia subcutânea ou a mamoplastia redutora. O tratamento cirúrgico é indicado para casos de ginecomastia grave, que não respondem ao tratamento clínico, ou que causam grande insatisfação estética.

Prevenção da ginecomastia

Algumas medidas que podem ajudar a prevenir a ginecomastia são:

Manter um peso saudável, evitando o excesso de gordura corporal, que pode aumentar a produção de estrogênio;

Praticar atividade física regularmente, para fortalecer os músculos peitorais e melhorar a aparência das mamas;

Evitar o consumo de álcool, drogas e anabolizantes, que podem interferir na produção ou na ação dos hormônios sexuais;

Usar medicamentos somente com prescrição médica, e informar o médico sobre o uso de qualquer substância que possa causar ginecomastia;

Fazer consultas periódicas com o médico, especialmente se tiver histórico familiar ou pessoal de doenças que possam causar ginecomastia.

A ginecomastia é uma condição que afeta a saúde e a autoestima dos homens, mas que pode ser tratada com sucesso se for diagnosticada e acompanhada adequadamente. Por isso, é importante que os homens estejam atentos às mudanças nas suas mamas, procurem ajuda médica e adotem hábitos saudáveis que protejam a sua saúde hormonal.

Continue aprendendo:

Gostou desse post ?
Compartilhe com mais pessoas.

Leia também:

Rolar para cima